quarta-feira, 26 de março de 2008

Lá estava,em sua vida vazia e cinza,cheia de melancolia e dor própria,própria de quem nem ao menos consegue chorar.Em meio a angústia dos dias vazios,cada possibilidade de melhoria ou de um encontro com a vida que ela não tinha mais,pois apenas existia,era uma esperança.Palavra que raramente ela pronuncia,mesmo hoje.
Então ligou,abriu uma porta e uma janela naquela noite fria,era como se revivesse aos poucos uma paixão ainda dormente.Não foi atoa que persistira,não só pela dor e pela curiosida,como se nada temesse,mas por uma sensibilidade tamanha que nem mesmo ela reconhecia.
E foi assim,em um dia de setembro que eles se viram,não resistiu ao olhar,seu rosto reluzia com o cinza e a luz do sol do dia,quente.Fingiram que não eram com eles mas estava feito,eu me apaixonei antes mesmo de conhece-lo.
Aos poucos fui tentando me ater a fatos e detalhes que poderiam me prejudicar mais tarde,como se quisesse de alguma forma me privar do que viria.Não teve como,poderia enumera-los aqui,todos os defeitos que encherguei em meia hora de conversa,mas nenhum sombreava o que ele é,nenhum de seus defeitos me intimidava,e antes até do primeiro beijo minha vida já era dele.
Me dizem que ele anda por aí,vivendo no cinza de mais um dia.
Na verdade,a rotina dele foi no que eu mais me apeguei,por isso a água salgada na boca.
Posso dizer que em meio tanto sangue em minhas veias correm metade dele,seus olhos amorteceram a minha queda,seus beijos e suas mãos geladas me prenderam por um instante a aquele mundo que eu inventei.Mas o instante petrificado é o que chamamos de eterno.
Ela vive hoje na masmorra,só por ele,e por mais nada.
E foi isso que me transformou de verdade

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